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SEDES alerta para "mal-estar" na sociedade

Lisboa, 22 Fev (Lusa) - A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) alertou quinta-feira para um "mal-estar" na sociedade portuguesa que, a manter-se, poderá originar uma "crise social de contornos difíceis de prever".

Em comunicado divulgado no seu portal, a SEDES sustenta que "sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional".

Esse "mal-estar" deve-se a "sinais de degradação da qualidade cívica", como a "degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários", a "combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma Justiça ineficaz" e o aumento da "criminalidade violenta" e do "sentimento de insegurança entre os cidadãos".

A SEDES adverte que, a manter-se o "mal-estar e a degradação da confiança (...), emergirá, mais ou cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever".

Por isso, a associação apela à intervenção da sociedade civil mas sobretudo do Presidente da República e dos partidos políticos com representação parlamentar.

O comunicado é assinado pelo conselho coordenador, do qual fazem parte Vítor Bento, que o preside, Alves Monteiro, Luís Barata, Campos e Cunha, Ferreira do Amaral, Henrique Neto, Ribeiro Mendes, Paulo Sande e Amílcar Theias.

Criada em 1970, a SEDES é uma estrutura que tem como preocupação reflectir sobre a situação económico-social do país.

No comunicado, a associação manifesta a sua preocupação com "o afunilamento da qualidade dos partidos", devido à "dificuldade em atraírem e reterem os cidadãos mais qualificados" e a "critérios de selecção cada vez mais favoráveis à gestão de interesses".

A SEDES critica igualmente a "tentacular expansão da influência partidária na ocupação do Estado e na articulação com interesses da economia privada".

Para a estrutura, a "combinação" entre uma "comunicação social sensacionalista" e uma "Justiça ineficaz" traduz-se num "estado de suspeição generalizada sobre a classe política", que leva ao afastamento de "muitas pessoas sérias e competentes da política, empobrecendo-a".

A "banalização da suspeita" nos media e a "incapacidade" da Justiça em "condenar os culpados (e ilibar os inocentes)" favorecem os "mal-intencionados", o que conduz à "desacreditação do sistema político", reforça a SEDES.

A associação considera que o Estado "tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade": deixa cada vez menos espaço "verdadeiramente livre para a iniciativa privada" e "demite-se, muitas vezes, do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados".

Referindo-se à criminalidade, o comunicado aponta a falta de "uma acção consistente - da prevenção, investigação e da Justiça - para transmitir a desejada tranquilidade" e uma "espécie de fundamentalismo ultra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso" do Estado.

"Calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodioviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou", sublinhou a SEDES, responsabilizando os legisladores portugueses, que "transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas" europeias.

Para a "regeneração" da sociedade portuguesa, a associação advoga que os partidos políticos devem "abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência (...) e desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos".



Lusa/ER.

Lisboa adere programa internacional redução emissões carbono

Lisboa vai aderir à segunda fase de um programa de redução das emissões de carbono, a par de Birmingham, Hamburgo e Madrid, disse à Lusa fonte do gabinete do presidente da autarquia, António Costa.

O autarca desloca-se na quarta-feira a São Francisco, uma das cidades pioneiras do programa CUD, de redução das emissões de carbono, juntamente com Seul e Amesterdão.

O programa resulta de uma parceria entre a Clinton Global Initiative, da Fundação Bill Clinton, a empresa de consultoria Cisco e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).

As áreas-chave para a redução das emissões de carbono são a gestão de tráfego, teletrabalho, edifícios inteligentes, planeamento urbano, energias renováveis e promoção de tecnologias «verdes».

A Cisco, empresa onde está o antigo conselheiro da Presidência da República Diogo Vasconcelos, já criou um grupo de trabalho para a cidade de Lisboa.

Em São Francisco, o programa teve repercussão em diversas áreas, desde os transportes à criação para cada cidadão da sua «pegada» ambiental, ou seja, as consequências para o ambiente dos seus gestos quotidianos.

Em Seul, o projecto centrou-se essencialmente na componente do teletrabalho e na melhoria do sistema de transportes.

ACL.

in Diário Digital

The Original Video of Lilly: The World Map Master

DESEMPREGO: Aumento de 61% entre licenciados em três anos

O número de desempregados licenciados aumentou 61 por cento nos últimos três anos, disse à TSF o economista Eugénio Rosa. Cerca de 40 por cento são das Ciências Sociais, enquanto apenas nove por cento vêm das áreas tecnológicas.

O número de desempregados licenciados aumentou 61 por cento nos últimos três anos, disse à TSF o economista da CGTP Eugénio Rosa, esta sexta-feira, dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os últimos números do desemprego em Portugal.

«O desemprego total, de acordo com os dados do INE, aumentou cerca de oito por cento, enquanto que o desemprego de portugueses com escolaridade superior aumentou à volta dos 61 por cento», disse.

Para o economista, isto acontece porque «há uma desadequação entre aquilo que as universidades estão a produzir em licenciaturas» e as «necessidades de desenvolvimento do país», ou seja, na criação de emprego.

Eugénio Rosa conferiu os dados estatísticos dos desempregados entre 2000 e 2006 e verificou que 40 por cento são de Ciências Sociais, sobretudo das áreas de «Educação, Artes, Humanidades, Sociologia, Psicologia, Direito e Jornalismo», enquanto que «apenas nove por cento» são das áreas tecnológicas.

«Há uma desproporção muito grande», porque a maior «parte dos licenciados são precisamente os que estão mais na situação de desemprego», frisou o economista da CGTP.

De acordo com os últimos números oficiais, existem actualmente 47 mil desempregados com licenciatura.

A TSF ouviu alguns desempregados licenciados, entre os quais Rui, que é licenciado em Física e Química e que se revolta quando ouve os governantes dizerem que é necessário apostar na formação profissional.

Para além de apostar na qualificação, «é preciso termos emprego para que essa formação tenha continuidade após as saídas da faculdade», disse, lembrando que muitos licenciados estão a trabalhar em áreas diferentes daquelas que queriam seguir.

Teresa, que tirou o curso de Arquitectura e é empregada de mesa, entende que não consegue emprego na sua área, porque o seu curso insere-se num «meio muito fechado e competitivo», onde preferem pagar menos a quem não tem formação específica.

in TSF

Uma notícia pouco abonatória para um país que tem boa parte dos seus trabalhadores intelectuais a fazer trabalhos manuais.

Sugestão de Leitura

“As cidades são colmeias de actividade humana”

No seu livro “Criar cidades sustentáveis” (nº2 dos Cadernos Shumacher para a Sustentabilidade, das edições Sempre Em Pé) Hébert Girardet apresenta-nos a cidade como um ser vivo que para sobreviver tem de acumular recursos, fazer a triagem dos que lhe trarão mais benefícios e mais valias, e eliminar aquilo de que já não precisa, o lixo orgânico e não orgânico.

Conforme vai crescendo, a cidade vai-se tornando numa sorvedora de recursos e numa aglutinadora de necessidades que tende a esgotar os bens à sua volta necessitando, por isso, de se abastecer cada vez mais longe. Esgota assim as reservas que lhe estão mais próximas e muitas vezes as que lhe estão muito distantes.

O autor refere que as cidades são hoje centros de mobilização (de pessoas, produtos, bens) que constituem a matriz do desenvolvimento económico, que nem sempre se tem mostrado coincidente com as necessidades do mundo natural.

As cidades são actualmente o “habitat” humano e a tendência dominante é para que se tornem no local preferencial para o ser humano viver e, devido a isso, devemos analisar o que será preferencial, ter cidades compactas que centralizam serviços e permitem uma poupança de energia e recursos, ou, cidades em extensão, quase sem limite espacial, que permitem construir habitações ajardinadas mas que obrigam a que haja um maior gasto de transporte (e dos recursos associados).

Qual deve ser então o modelo ideal de cidade? Como tornar então a cidade num espaço mais apetecível para viver? Como podemos torná-la sustentável? Como podemos potenciar a qualidade de vida das pessoas no espaço urbano minimizando os impactos ambientais inerentes? Como conseguir uma maior eficiência energética? “Poderão as cidades modernas reduzir o seu impacto na biosfera por processos de auto-regulação e auto-limitação esclarecidos?” (Hébert Girardet)

Estas poderão ser algumas das grandes questões que assolam os espíritos preocupados. São também alguns dos temas que a humanidade discute e precisa de continuar a discutir para o bem da sua sobrevivência e da do planeta.

Enquanto cidadãos do mundo e habitantes das cidades não nos podemos aliar de participar no debate e de desenvolver esforços para contribuir para uma maior sustentabilidade da vida urbana e do ambiente natural. Como alguém dizia “Nós não herdámos a Terra dos nossos pais, pedimo-la emprestada aos nossos filhos”.

in Região Sul Cláudia Luz, Mestre em Gestão Pública

Deputados PS recomendam criação sistema dinamização parcerias e apoio à gestão das PME`s

Lisboa, 09 Fev (Lusa) - Deputados socialistas entregaram esta semana no Parlamento um projecto de resolução que recomenda ao Governo a criação de um sistema de dinamização de parcerias e apoio à gestão das Pequenas e Médias Empresas, no âmbito do QREN.

"O objectivo é criar um interface interactivo, dinâmico, que não seja apenas um ponto de prestação de informação aos empresários das PME e aos potenciais empreendedores. É fundamental que assuma uma atitude flexível e pro-activa, suportada num modelo de intervenção dinâmico", lê-se no diploma que tem a deputada Paula Nobre de Deus como primeira subscritora e ao qual a Lusa teve acesso.

Por isso, é referido no documento, o sistema deverá ter duas dimensões: por um lado assegurar assistência técnica nas fases de pré e pós candidatura e, por outro, deverá ir ao encontro do empresário através de um plano de contacto.

No diploma, os deputados socialistas defendem ainda que "um sistema de apoio desta natureza deve privilegiar a capacidade instalada, numa lógica de articulação local em que se envolvam administração central, autarquias locais e associações empresarias bem como outras organizações da sociedade civil, ao nível da gestão de candidaturas e incentivos às empresas aproveitando a estrutura da administração pública central e local já existentes".

"A heterogeneidade das soluções que vierem a ser encontradas deve contribuir para aproximar o QREN dos cidadãos, das empresas e das organizações, em geral. A existência de um sistema de dinamização de parcerias e de apoio no processo de candidaturas, à gestão, próximo, acessível e dinâmico, preferencialmente em cada concelho do país que, de forma eficaz e eficiente dê uma resposta às PME promovendo o crescimento da economia portuguesa", lê-se ainda no projecto de resolução.

No texto do diploma, os deputados socialistas salientam o "papel da maior importância na estrutura empresarial portuguesa" desempenhado pelas PME`s, recordando que entre 2000 e 2005 conseguiram gerar, por ano, e em média, aproximadamente mais 77,2 mil postos de trabalho e mais 3,4 mil milhões de euros de negócios, em termos reais.

Estes números, acrescentam, representam um resultado seis vezes superior ao das grandes empresas em matéria de emprego e 1,7 vezes superior em matéria de facturação.

"Em 2005 operavam em Portugal perto de 297 mil PME, as quais geravam cerca de 2,1 milhões de postos de trabalho e mais de 170,3 mil milhões de euros de facturação. Isto significa que as PME representavam então 99,6 por cento das sociedades do país, sendo geradoras 75,2 por cento dos empregos e realizando mais de metade dos negócios (56,4 por cento) empresariais", é ainda referido.

in RTP

Global Telecom

"Com problemas graves de desemprego no país, PT desloca serviços para a Índia”. Era este o título de uma nota ontem enviada às redacções pela Comissão de Trabalhadores da Portugal Telecom.

Pedro Marques Pereira


O assunto é sério e mobilizará os adeptos dos centros de decisão nacionais nos próximos dias. Afinal, dirão, não é este um dos pilares fundamentais da economia portuguesa que urge proteger à força de acções douradas se necessário? É um debate distorcido que se resume de forma lapidar na primeira metade do título do comunicado, em que se conclui que em época de dificuldades económicas, caberia a empresas como a Portugal Telecom zelar pela manutenção dos índices de desemprego a níveis simpáticos.

É uma visão de um mundo que há muito deixou de existir, em que as empresas viviam fechadas em mercados protegidos. Mantinham muito emprego, é verdade, mesmo quando não havia trabalho. Mas à custa de ineficiências pagas pelos clientes em preços mais caros e na qualidade dos serviços. A concorrência foi o remédio encontrado para obrigar as empresas a mudarem. Para não engordarem à custa dos seus clientes. Para procurarem vantagens competitivas em qualquer parte do planeta e desenvolverem os serviços que mais ninguém consegue oferecer.

Foi, de resto, essa pressão competitiva – e no sector das telecomunicações mais do que em qualquer outro – que tornou possível que hoje as empresas possam ter funcionários a trabalhar na Índia ou na China. O saldo dessa revolução não pode senão ser considerado positivo por qualquer observador de boa fé. Em primeiro lugar – paradoxalmente – por um dogma marxista que os pensadores das esquerdas solidárias do ocidente não gostam de lembrar: permitiu retirar da pobreza extrema centenas de milhões de pessoas naqueles países.

Num ponto de vista mais egoísta, os benefícios da globalização são igualmente inquestionáveis para as economias ocidentais, já que estes países do chamado Terceiro Mundo se tornaram em verdadeiros motores da economia mundial. Hoje, sem a China, a Índia, toda a bacia do Pacífico, o Brasil e até alguns países africanos a puxar pela economia mundial, as perspectivas para o desemprego em Portugal – a começar pelos trabalhadores da Portugal Telecom – seriam bem mais sombrias.

Neste cenário, as empresas não têm verdadeiramente uma escolha: ou fazem melhor uso destas armas do que os concorrentes, ou serão engolidas. Se fosse a Comissão de Trabalhadores a mandar na empresa, num prazo mais rápido do que se imagina deixaria de existir Comissão, porque deixariam de existir trabalhadores.

Seria melhor que seguissem o exemplo dos seus patrões, que se globalizassem e abrissem uma filial na Ásia. É lutando pela melhoria das condições sociais na Índia, recuperando o lema da solidariedade da classe operária, e não engordando os direitos adquiridos em Lisboa, que conseguirão manter algumas regalias – e os próprios empregos – em casa.

in DiarioEconomico.com

Cooperação transfronteiriça: Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional considera que portugueses devem ser mais "pró-activos"

Badajoz, Espanha, 06 Fev (Lusa) - O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, desafiou hoje os portugueses interessados em desenvolver projectos de cooperação transfronteiriça com Espanha a serem "mais pró-activos" do que no passado, para aproveitarem os apoios comunitários até 2013.
"No passado, os actores portugueses foram demasiado passivos na apresentação de candidaturas. Esperaram que fossem contactados por parceiros espanhóis, que precisavam de um parceiro do lado português para terem acesso aos fundos comunitários", afirmou a agência Lusa, à margem de um seminário em Badajoz, Espanha.

O secretário de Estado, que participou na apresentação do novo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espanha 2007-2013, fazia o balanço dos três programas europeus transactos destinados a apoiar projectos em regiões europeias de fronteira (INTERREG).

Para este novo período de apoios comunitários, frisou, a mensagem a passar para o terreno é a de que, "desta vez, os portugueses tem que ser mais pró-activos".

"Devem ter a ambição de liderar consórcios, de serem eles a propor o projecto e a ir à procura dos parceiros em Espanha", estimulou, exemplificando que seminários como o que decorre na cidade de Badajoz, com cerca de 800 participantes, permitem esses contactos para futuras parcerias.

O PO de Cooperação Transfronteiriça Portugal Espanha, que vai vigorar até 2013, conta com uma dotação financeira próxima dos 360 milhões de euros, sendo que o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) suporta 267,4 milhões de euros.

A cooperação transfronteiriça entre os dois países, no âmbito do PO, vai assentar em quatro eixos fundamentais: fomento da competitividade e promoção de emprego, meio ambiente, património e prevenção de riscos, ordenamento do território e acessibilidades e fomento da cooperação e integração sócio-económica e institucional.

O PO visa promover o desenvolvimento das zonas fronteiriças, reforçando as relações económicas e as redes de cooperação existentes em cinco áreas territoriais específicas, nomeadamente Galiza/Norte de Portugal, Norte de Portugal/Castela e Leão, Centro/Castela e Leão, Alentejo/Centro/Extremadura e Alentejo/Algarve/Andaluzia.

O secretário de Estado afiançou à agência Lusa que, neste PO dedicado à cooperação transfronteiriça, a prioridade vai ser dada a "projectos de natureza imaterial".

"O programa de cooperação transfronteiriça, tanto em Espanha como em Portugal, no passado, serviu para fazer mais do mesmo, basicamente o mesmo tipo de iniciativas que os PO regionais financiavam. Houve a preocupação de mudar e deste programa ser um complemento a esses PO regionais", disse.

Projectos como "rotundas ou pontes" não vão ser financiados, garantiu, contrapondo que, com sinal positivo, encontram-se iniciativas que permitam a "gestão em comum de equipamentos colectivos" ou "agilizar a prestação de socorro, do outro lado da fronteira, por unidades de protecção civil do outro país".

Melhorar o combate a incêndios florestais e colaborar na valorização do património ecológico de um lado e outro da fronteira foram outros dos exemplos dados por Rui Baleiras, que aludiu ainda a iniciativas ligadas ao projecto de navegabilidade do rio Guadiana, este já apoiado pelo PO regional do Algarve.

No seminário de hoje, que se prolonga até quinta-feira, também o secretário-geral de Presupuestos Y Gastos, Luis Espadas Moncalvillo salientou que a cooperação territorial, em especial a transfronteiriça, por apoiar as regiões raianas, tradicionalmente "mais deprimidas", é importante para a coesão económica e social de cada país.

Os anteriores programas europeus de apoio transfronteiriço, afiançou, foram "catalizadores do desenvolvimento" na raia espanhola e portuguesa, devendo agora esse esforço ser prosseguido, para que as fronteiras deixem de ser "um obstáculo"e possam ser fomentado "o crescimento económico e o emprego" nessas regiões.

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

O QUE FAZER COM A MARCA PORTUGAL? Contributos de Tiago Forjaz e Nick Knight


Confesso-me um apaixonado por Portugal e pelo talento português. Quando há uns anos tive a oportunidade de estudar lá fora em escolas de referência soube nessa altura apreciar de fora a nossa personalidade única enquanto povo, bem como a riqueza imensa da nossa herança cultural, ambiental e gastronómica.
Foi nessa qualidade e com alguma expectativa que recebi a “nova imagem” de Portugal, que penso dar um (pequeno) passo no que nos pode levar a formar uma opinião de um país mais moderno e atraente, e que nos poderá trazer também uma componente mais sexy de turismo e investimento a um país com muito para dar… mas esperava bastante mais…
E aqui começa o que verdadeiramente vos queria dizer: tal como uma imagem televisiva é feita por milhares de pontos no écran chamados pixéis também a marca Portugal é constituída hoje por mais de 10 milhões de pessoas (contam já o Deco e o Pepe…), assentes no legado histórico dos grandes portugueses que fizeram desta uma nação única que perdura. E a marca Portugal não é nem pode ser uma campanha fotográfica espalhada em grandes cartazes, mesmo que eu aprecie particularmente o estilo do Sr. Nick Knight. Tem que ser muito mais… tem que ser, por exemplo, o ecoar repetido do nosso hino cantado pelo Vasco Uva e pelos restantes Lobos. Tem que ser o salpicar salgado das ondas de Sagres invocando o infante D. Henrique.
Tem que ser o esforço colectivo de uma consciência nacional do que nos torna únicos, do que nos faz diferentes no mundo, do que conquistámos, do que temos para conquistar (as marcas criam-se a olhar o futuro), do que ambicionamos como nação. A marca Portugal que nos vai levar longe começa com a projecção do nosso talento nacional. E aqui o Sr. Nick Knight e o João Wengorovius da BBDO que me desculpem mas tenho que dar maiores créditos por exemplo ao Tiago Forjaz e à equipa da Jason Associates pela grande iniciativa que estão a levar a cabo com o StarTracker (ver www.thestartracker.com ). Aí estou a ver a Marca Portugal a dar saltos em frente.
O StarTracker, que é uma plataforma de network entre os jovens talentos portugueses, introduzidos por convite pelos méritos que os actuais membros lhes reconhecem, faz muito pela marca Portugal. Basta ver os vídeos das reuniões de talento português em Londres ou Paris ou Madrid para percebermos onde estão depositadas as sementes do futuro da Marca Portugal… cada português faz parte da marca Portugal. É uma legítima expressão e extensão da nossa marca colectiva. O que o Tiago Forjaz fez é extraordinário, pela simplicidade da iniciativa (as melhores ideias são sempre as mais simples e as mais objectivas…) e pelo que está a proporcionar aos nossos talentos lá fora em termos de contactos pessoais, que acredito irão contribuir para novos projectos que levem Portugal bem longe.
Mais do que vermos a Marca Portugal em fotos está a viver-se assim a Marca Portugal, está a descobrir-se quem somos na verdade. Temos com orgulho uma nova nação que começa a querer ver-se ao espelho. E que está a gostar do que vê…
Somos um país de descobridores. Sempre o fomos e vamos continuar a ser. Descobrimos um país onde ninguém o via. Descobrimos caminhos marítimos para novas riquezas e novas glórias. Descobrimos a Europa e estamos a fazer muito por ela. Talvez o nosso grande desígnio para o séc. XXI seja a descoberta de nós próprios enquanto povo. Daqui a 10 ou 20 anos a Marca Portugal, através de cada português, irá viver novos tempos de afirmação no mundo pela consistência da nossa mensagem individual. Espero estar cá por muitos anos para ver em pleno o que está a ser começado agora.
Sr. Nick Knight, apareça por cá daqui a uns anos mas traga muitos rolos. Vai ter de tirar muito mais fotos de figuras brilhantes para conseguir ilustrar Portugal…

in PÚBLICO, Miguel Coelho
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