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Lisboa mais pobre


LISBOA foi a região da Europa que mais empobreceu entre 2001 e 2003. De acordo com as estatísticas para as regiões NUTS II divulgadas na passada segunda-feira pelo Eurostat, o produto interno bruto (PIB) «per capita» em paridade de poderes de compra da região da capital portuguesa foi o que mais se afastou da média europeia neste período.

A riqueza média por habitante recuou 11 pontos percentuais e estava, no final de 2003, nos 104,3% da União Europeia. Este valor é mesmo inferior ao registado oito anos antes, em 1995, quando o PIB «per capita» da região de Lisboa representava 106,6% do nível médio europeu.

Um recuo que, em larga medida, se deve ao fraco desempenho económico português ao longo destes três anos. A economia nacional apresentou um acentuado abrandamento a partir de 2001 e, em 2003, entrou mesmo em recessão com uma contracção do produto de 1,1%. Embora Lisboa esteja acima da média da União Europeia alargada, continua abaixo da média dos Quinze e ainda muito longe das regiões mais ricas do Velho Continente. No topo da lista está a região de Bruxelas com quase três vezes o PIB por habitante da média da UE (277%). Igualmente bem classificados no «ranking» dos mais ricos da União Europeia estão as regiões do Luxemburgo, Paris, Londres e Hamburgo que apresentam todas níveis de riqueza «per capita» acima do dobro da média.

Entre as zonas mais dinâmicas da Europa destacam-se quatro regiões gregas a crescer mais de 10 pontos percentuais da média europeia entre 2001 e 2003, o Luxemburgo que registou o maior aumento neste período e a zona de Bratislava, na Eslováquia, cujo rendimento «per capita» ganhou 8,9 pontos percentuais à média europeia.

Os problemas económicos nacionais não se esgotam, no entanto, na região de Lisboa que continua a ser, apesar de tudo, a mais rica de Portugal. Na lista das dez maiores divergências entre 2001 e 2003 estão mais três zonas portuguesas, nomeadamente Algarve, Norte e Centro que apresentaram diminuições do PIB por habitante em percentagem da média europeia de, respectivamente, 6,5%, 6,4% e 5,8%.

No conjunto das cinco regiões portuguesas continentais consideradas na classificação NUTS II, que correspondem às áreas de Coordenação Regional e que são consideradas para efeitos de fundos comunitários, apenas o Alentejo não está entre as mais afectadas. A região alentejana perdeu, ainda assim, quase 6 pontos percentuais face à média europeia e apenas ultrapassava os Açores e o Norte no final de 2003, em termos de riqueza criada por habitante. Os Açores e a Madeira também se afastaram da Europa entre 2001 e 2003. O arquipélago presidido por Alberto João Jardim passou de um PIB «per capita» de 92,3% em 2001 para 90,4% em 2003, enquanto nos Açores a queda foi de 64,5% para 61,1% nestes três anos.

Na Península Ibérica, só as sete regiões portuguesas - as cinco do continente e as duas autónomas - e uma espanhola divergiram da média europeia . Tudo isto devido ao elevado dinamismo da economia espanhola que, ao contrário de Portugal que tem estado praticamente estagnado, tem apresentado taxas de crescimento acima dos 3% nos últimos anos.

Apesar do tombo da região de Lisboa, a zona da capital continua bastante distante das restantes nacionais e a ser uma das mais ricas da Península Ibérica. Na desagregação NUTS III, que divide Portugal em quase trinta regiões, a zona de Lisboa apresenta um rendimento acima de 120% da média europeia e ultrapassa mesmo cidades como Barcelona.

in EXPRESSO, João Silvestre
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