Novos Povoadores®

Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

Antonio Barreto

Extrato da entrevista ao Expresso.

Somos os piores dos melhores?

Os mais pobres dos mais ricos, os mais incultos dos cultos, os obsoletos dos modernos. Essa insatisfação é o abismo que vai do que temos àquilo que gostaríamos de ter ou de ser. Vivemos também obcecados com o atraso. Até eu próprio! Eu seria incapaz de dizer qualquer coisa sem dizer que lá fora estão muito mais adiantados. Isto talvez seja comum a toda a gente.

É aí que se identifica com os portugueses?

Sim. Mas eu tenho uma obsessão mais forte que é o desperdício. Os portugueses são dos povos que mais desperdiça. Desde a paisagem ao mar, à floresta, ao dinheiro, aos orçamentos públicos. Desperdiça-se, desperdiça-se…

Como justifica esse desperdício?

Falta a organização, falta a experiência. Temos ainda essa sensação de atraso e de pobreza relativa, e uma vontade de tentar matar a carência secular, que gera uma enorme preocupação no curto prazo: fazer depressa, para ganhar depressa, para ter depressa. Por que é que os países ricos, como a Suíça, desperdiçam tão pouco? Porque é tudo feito sem precipitação.
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