Os Neo-Rurais
Fri, Oct 10 2008 07:50
| Desenvolvimento Regional, Inovação, Sustentabilidade
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Fotografia de João Espinho |
"Todo e qualquer pedaço de território é uma espécie de cristal multifacetado com faces de contornos e nitidez muito variáveis: é um território com um determinado tipo de povoamento, uma estrutura produtiva, alguns activos patrimoniais, um conjunto paisagístico e um acervo simbólico. O nosso ângulo de visão, feito de saber técnico e profissional, é, geralmente, unidimensional, pelo que, na maioria dos casos, subestimamos a importância real da nossa observação. E, no entanto, a engenharia biofísica, a engenharia do ambiente, a arquitectura paisagística, a biologia e a botânica, mas, também, a geografia e a história, a literatura local e regional, são, em conjunto, capazes de operar pequenos milagres naqueles pedaços de território, aparentemente tão agrestes. Quer dizer, uma pequena cirurgia pode transformar um território hostil num território ameno. Uma severidade numa amenidade.
Se não respeitarmos o lema do desenvolvimento rural, a consequência parece inevitável: ajustamento económico sem conservação e diversificação de actividades conduz à formação de espaços rurais devolutos e territórios insustentáveis. Podemos, mesmo, estar à beira de mais um círculo vicioso de abandono e desertificação. Para inverter esta tendência, é preciso agir, simultaneamente e persistentemente, na economia da produção primária, na economia da conservação agro-ambiental e na economia da diversificação agro-rural."
Este excerto pertence à apresentação do Prof. António Covas que se vai realizar na Universidade de Évora nos próximos dias 16, 17 e 18 de Outubro e que gentilmente cedeu antecipadamente para publicação.
Apresentação completa
Congresso da APDC vai propor agenda verde
Sun, Oct 5 2008 09:43
| Globalização, Sustentabilidade
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Associação vai apresentar estudo para tornar possível aumentar a eficiência energética em 2020 através das novas tecnologias
Energia e alterações climáticas são dois temas que vão estar no centro do debate do Congresso da APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações que vai decorrer em Lisboa de 11 a 13 de Novembro no Centro de Congressos da Junqueira, em Lisboa.
O evento, intitulado ‘TIC e as Alterações Climáticas’ vai pela primeira vez congregar especialistas e quadros das áreas das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e energia. Em perfeito alinhamento com o tema, o congresso será presidido por Jorge Vasconcelos, ex-presidente da ERSE e actualmente assessor do presidente da Comissão Europeia para a área de energia.
Para Diogo Vasconcelos, recém-eleito presidente da APDC, a escolha deste tema tem particular pertinência no momento em que as TIC são cada vez mais um factor importante para a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2). Para dar o exemplo, o dirigente está a desencadear uma mudança substancial na orgânica da associação de forma a torná-la mais “ágil e racional”.
Momento alto do Congresso da APDC será a apresentação do estudo ‘Smart Portugal 2020 - Aumentar a eficiência energética através das TIC’ que tem vindo a ser elaborado pela Boston Consulting Group (BCG) com a colaboração das principais empresas dos dois sectores. “Portugal vai ser o primeiro país do mundo a ter um relatório orientador para atingir o objectivo de redução de 15% das emissões de CO2 através do uso das TIC”, afirma Diogo de Vasconcelos. Uma meta que está em sintonia com o Pacote de Energia e Alterações Climáticas da UE e que transpõe para o plano nacional o estudo ‘Smart2020’ recentemente publicado pela GESI (Global e-Sustainbility Initiative) que, pela primeira vez, procura ilustrar a oportunidade de usar as TIC como factor de redução de 15% das emissões de CO2 em 2020 a nível global.
“Além das vantagens para a sustentabilidade do planeta, a redução de emissões gera grandes oportunidades de negócio que as empresas portuguesas deveriam aproveitar”, sublinha Diogo Vasconcelos. Nesse âmbito, o Congresso da APDC terá uma sessão no primeiro dia com o que se faz de melhor a nível mundial nas áreas de energia, transportes e logística, edifícios e indústria. Depois, haverá três sessões simultâneas sobre a aplicação das TIC no futuro: as «smart grids» (redes de nova geração do sistema eléctrico), a virtualização das redes de transporte (desde o carro eléctrico ao teletrabalho) e as casas e edifícios inteligentes.
Não faltarão também sessões em que se vão debater os incentivos e a regulação das redes de nova geração, o impacto da desmaterialização no estilo de vida e ainda as alterações climáticas e sociais das TIC pós-carbono (nova televisão, web 2.0 e energia Internet).
No último dia, o Congresso da APDC vai debater o papel do consumidor em 2020, as cidades inteligentes e as vantagens e inconvenientes das Redes de Nova Geração. Como é habitual o evento termina com outro prato forte: o ‘Estado da Nação das Comunicações’, com a presença dos principais líderes do sector.
in EXPRESSO, João Ramos
Energia e alterações climáticas são dois temas que vão estar no centro do debate do Congresso da APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações que vai decorrer em Lisboa de 11 a 13 de Novembro no Centro de Congressos da Junqueira, em Lisboa.
O evento, intitulado ‘TIC e as Alterações Climáticas’ vai pela primeira vez congregar especialistas e quadros das áreas das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e energia. Em perfeito alinhamento com o tema, o congresso será presidido por Jorge Vasconcelos, ex-presidente da ERSE e actualmente assessor do presidente da Comissão Europeia para a área de energia.
Para Diogo Vasconcelos, recém-eleito presidente da APDC, a escolha deste tema tem particular pertinência no momento em que as TIC são cada vez mais um factor importante para a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2). Para dar o exemplo, o dirigente está a desencadear uma mudança substancial na orgânica da associação de forma a torná-la mais “ágil e racional”.
Momento alto do Congresso da APDC será a apresentação do estudo ‘Smart Portugal 2020 - Aumentar a eficiência energética através das TIC’ que tem vindo a ser elaborado pela Boston Consulting Group (BCG) com a colaboração das principais empresas dos dois sectores. “Portugal vai ser o primeiro país do mundo a ter um relatório orientador para atingir o objectivo de redução de 15% das emissões de CO2 através do uso das TIC”, afirma Diogo de Vasconcelos. Uma meta que está em sintonia com o Pacote de Energia e Alterações Climáticas da UE e que transpõe para o plano nacional o estudo ‘Smart2020’ recentemente publicado pela GESI (Global e-Sustainbility Initiative) que, pela primeira vez, procura ilustrar a oportunidade de usar as TIC como factor de redução de 15% das emissões de CO2 em 2020 a nível global.
“Além das vantagens para a sustentabilidade do planeta, a redução de emissões gera grandes oportunidades de negócio que as empresas portuguesas deveriam aproveitar”, sublinha Diogo Vasconcelos. Nesse âmbito, o Congresso da APDC terá uma sessão no primeiro dia com o que se faz de melhor a nível mundial nas áreas de energia, transportes e logística, edifícios e indústria. Depois, haverá três sessões simultâneas sobre a aplicação das TIC no futuro: as «smart grids» (redes de nova geração do sistema eléctrico), a virtualização das redes de transporte (desde o carro eléctrico ao teletrabalho) e as casas e edifícios inteligentes.
Não faltarão também sessões em que se vão debater os incentivos e a regulação das redes de nova geração, o impacto da desmaterialização no estilo de vida e ainda as alterações climáticas e sociais das TIC pós-carbono (nova televisão, web 2.0 e energia Internet).
No último dia, o Congresso da APDC vai debater o papel do consumidor em 2020, as cidades inteligentes e as vantagens e inconvenientes das Redes de Nova Geração. Como é habitual o evento termina com outro prato forte: o ‘Estado da Nação das Comunicações’, com a presença dos principais líderes do sector.
in EXPRESSO, João Ramos
Desenvolvimento: Portugal deve ajudar regiões mais atrasadas a encontrar vantagens competitivas - OCDE
Mon, Sep 29 2008 04:55
| Desenvolvimento Regional, Ordenamento ou falta dele
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Porto, 29 Set (Lusa) - A OCDE recomenda que Portugal ajude as regiões mais atrasadas a identificarem nichos de desenvolvimento para que seja possível redobrar "os esforços para captar vantagens competitivas regionais diferenciadas".
O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre o "Estudo Territorial de Portugal", hoje apresentado no Porto, sustenta que a política regional portuguesa "tem registado progressos significativos nos anos mais recentes", mas considera ainda que o país tem assimetrias regionais acentuadas.
Este estudo foi solicitado pelo Governo português, à OCDE, em finais de 2005.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, disse que retira como primeira lição deste relatório "a convicção que a mudança de paradigma na política regional que este governo iniciou em Portugal constitui condição necessária para ultrapassar os défices estruturais da economia nacional e retomar uma rota de convergência assente na competitividade de todos os territórios".
"O estudo reconhece que Portugal encetou a implementação de um novo paradigma de política regional, um modelo que dá maior atenção às características das diferentes regiões e na reformulação e na execução das políticas públicas", disse.
Segundo frisou, a concentração do investimento público em torno de infra-estruturas físicas e nos serviços colectivos "não foi suficiente para desencadear uma dinâmica de desenvolvimento endógeno baseada em recursos competitivos".
"A orientação política para objectivos de competitividade que procurem reverter défices estruturais da economia portuguesa exige políticas baseadas numa abordagem territorial que promovam economias de aglomeração e gerem efeitos de difusão nos diversos territórios", sustentou.
O secretário de Estado salientou ainda que "o desafio da competitividade, quer pela sua complexidade quer pelo dinamismo da sua evolução, apenas pode ser ganho com base em estratégias de forte cooperação entre os actores relevantes".
"Daí a recomendação da OCDE para a relevância de promover uma maior coerência de intervenções sectoriais do governo central", afirmou Rui Baleiras.
O secretário de estado defendeu também intervenções locais e sub-regionais dos governos locais, num contexto de maior articulação com as acções de outros actores de desenvolvimento, nomeadamente empresas e suas associações, universidades e associações de desenvolvimento local e regional.
Ainda segundo o estudo da OCDE, hoje divulgado, a economia portuguesa "carece de esforços continuados para valorizar o potencial humano e promover actividades baseadas no conhecimento".
"A política de inovação poderá atingir maior eficácia através da conjugação da liderança nacional e das interfaces regionais", refere o documento.
Acompanhar as regiões menos desenvolvidas "com mecanismos adequados" para melhorar a prestação de serviços públicos e "facilitar a evolução" dessas regiões para a autonomia sem criar "armadilhas de pobreza" é outra das recomendações.
A OCDE entende também que "os anos mais próximos poderão vir a determinar o futuro de Portugal na economia globalizada".
Contudo, salienta que "o investimento em recursos de longo prazo para a competitividade deve prosseguir através de estratégias diferenciadas baseadas no potencial específico de cada região".
O relatório sublinha ainda que Portugal tem pela frente uma "série de desafios estruturais" e sustenta que o país "precisa seguramente de reforçar os seus níveis de rendimento e crescimento e de travar o aumento acelerado do desemprego".
"Ainda mais importante - sustenta o relatório - Portugal tem que modernizar a sua economia, confinada a uma especialização sectorial de baixos conhecimentos ao investimento modesto na inovação, a uma força de trabalho relativamente pouco qualificada como um dos mais baixos ritmos de recuperação no espaço da OCDE, e a um custo de oportunidade elevado no Ensino Superior".
A OCDE entende também que os "instrumentos financeiros actualmente em Portugal para apoiar as despesas subnacionais continuam mais concentrados em reduzir o impacto negativo das disparidades regionais do que em promover o impacto positivo das especificidades regionais".
"No mínimo, a política regional deve tentar proporcionar aos cidadãos igual acesso a uma série elementar de bens e serviços públicos independentemente da sua localização", sublinha.
O relatório da OCDE considera ainda que, "de um modo geral, as autarquias locais em Portugal têm pouca autonomia financeira e dependem fortemente de subsídios provenientes do governo central".
Para a OCDE, as regiões mais marginalizadas "não devem ser ignoradas, devendo ser lançados mecanismos diferenciados a fim de evitar criar uma cultura de assistência e não desincentivar essas regiões de valorizarem o seu próprio potencial ao longo do tempo".
JAP.
in RTP
O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre o "Estudo Territorial de Portugal", hoje apresentado no Porto, sustenta que a política regional portuguesa "tem registado progressos significativos nos anos mais recentes", mas considera ainda que o país tem assimetrias regionais acentuadas.
Este estudo foi solicitado pelo Governo português, à OCDE, em finais de 2005.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, disse que retira como primeira lição deste relatório "a convicção que a mudança de paradigma na política regional que este governo iniciou em Portugal constitui condição necessária para ultrapassar os défices estruturais da economia nacional e retomar uma rota de convergência assente na competitividade de todos os territórios".
"O estudo reconhece que Portugal encetou a implementação de um novo paradigma de política regional, um modelo que dá maior atenção às características das diferentes regiões e na reformulação e na execução das políticas públicas", disse.
Segundo frisou, a concentração do investimento público em torno de infra-estruturas físicas e nos serviços colectivos "não foi suficiente para desencadear uma dinâmica de desenvolvimento endógeno baseada em recursos competitivos".
"A orientação política para objectivos de competitividade que procurem reverter défices estruturais da economia portuguesa exige políticas baseadas numa abordagem territorial que promovam economias de aglomeração e gerem efeitos de difusão nos diversos territórios", sustentou.
O secretário de Estado salientou ainda que "o desafio da competitividade, quer pela sua complexidade quer pelo dinamismo da sua evolução, apenas pode ser ganho com base em estratégias de forte cooperação entre os actores relevantes".
"Daí a recomendação da OCDE para a relevância de promover uma maior coerência de intervenções sectoriais do governo central", afirmou Rui Baleiras.
O secretário de estado defendeu também intervenções locais e sub-regionais dos governos locais, num contexto de maior articulação com as acções de outros actores de desenvolvimento, nomeadamente empresas e suas associações, universidades e associações de desenvolvimento local e regional.
Ainda segundo o estudo da OCDE, hoje divulgado, a economia portuguesa "carece de esforços continuados para valorizar o potencial humano e promover actividades baseadas no conhecimento".
"A política de inovação poderá atingir maior eficácia através da conjugação da liderança nacional e das interfaces regionais", refere o documento.
Acompanhar as regiões menos desenvolvidas "com mecanismos adequados" para melhorar a prestação de serviços públicos e "facilitar a evolução" dessas regiões para a autonomia sem criar "armadilhas de pobreza" é outra das recomendações.
A OCDE entende também que "os anos mais próximos poderão vir a determinar o futuro de Portugal na economia globalizada".
Contudo, salienta que "o investimento em recursos de longo prazo para a competitividade deve prosseguir através de estratégias diferenciadas baseadas no potencial específico de cada região".
O relatório sublinha ainda que Portugal tem pela frente uma "série de desafios estruturais" e sustenta que o país "precisa seguramente de reforçar os seus níveis de rendimento e crescimento e de travar o aumento acelerado do desemprego".
"Ainda mais importante - sustenta o relatório - Portugal tem que modernizar a sua economia, confinada a uma especialização sectorial de baixos conhecimentos ao investimento modesto na inovação, a uma força de trabalho relativamente pouco qualificada como um dos mais baixos ritmos de recuperação no espaço da OCDE, e a um custo de oportunidade elevado no Ensino Superior".
A OCDE entende também que os "instrumentos financeiros actualmente em Portugal para apoiar as despesas subnacionais continuam mais concentrados em reduzir o impacto negativo das disparidades regionais do que em promover o impacto positivo das especificidades regionais".
"No mínimo, a política regional deve tentar proporcionar aos cidadãos igual acesso a uma série elementar de bens e serviços públicos independentemente da sua localização", sublinha.
O relatório da OCDE considera ainda que, "de um modo geral, as autarquias locais em Portugal têm pouca autonomia financeira e dependem fortemente de subsídios provenientes do governo central".
Para a OCDE, as regiões mais marginalizadas "não devem ser ignoradas, devendo ser lançados mecanismos diferenciados a fim de evitar criar uma cultura de assistência e não desincentivar essas regiões de valorizarem o seu próprio potencial ao longo do tempo".
JAP.
in RTP
Encontro Star Tracking Lisboa: O Vídeo
Sat, Sep 27 2008 03:19
| Globalização, The Star Tracker
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“Coworking” reúne profissionais de diferentes áreas no mesmo espaço
Sat, Sep 27 2008 12:52
| coworking, Desenvolvimento Regional, Globalização, Teletrabalho
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Alguns são estilistas, outros programadores e outros escritores, mas todos estão unidos por um mesmo motivo: cansados do isolamento e de trabalhar na solidão de suas casas, decidiram compartilhar um escritório.
Trata-se do coworking, uma tendência cada vez mais popular nos Estados Unidos e que consiste em compartilhar o espaço de trabalho com outros profissionais, mesmo que não pertençam à mesma empresa nem realizem tarefas parecidas.
Os locais de coworking estão ganhando adeptos à medida que cresce no país o número de autônomos e de pessoas que trabalham em casa.
Segundo as últimas informações fornecidas pelo escritório federal de estatística, entre 2000 e 2005 foram registradas mais 4 milhões de empresas compostas por apenas uma pessoa.
Paralelamente, o aumento do preço da gasolina está encorajando muitos trabalhadores dos Estados Unidos --onde é habitual viver a muitos quilômetros do escritório-- a negociarem com suas empresas para poder trabalhar parcialmente em casa.
Calcula-se que cerca de 26 milhões de americanos trabalham em seus domicílios pelo menos um dia por semana, o que equivale a 18% da população empregada no país.
Entretanto, ter o escritório a poucos metros do sofá também cansa. A falta de companheiros e de uma clara divisão entre o espaço de trabalho e lazer pode ser psicologicamente dura para muitas pessoas.
Uma solução simples e econômica é o "coworking". Os locais que oferecem esse serviço estão se multiplicando nas grandes cidades americanas.
Com tarifas que ficam em cerca dos US$ 250 por mês, estes lugares oferecem mesa, conexão de internet, café de graça e, o mais importante, a possibilidade de se relacionar com outros profissionais na mesma situação.
Tendência forte
Por um pouco mais de dinheiro as pessoas podem usar outros serviços como salas de reuniões e até uma mesa cativa ou o acesso ao local a qualquer hora do dia.
Na Sandbox Suites, um dos muitos locais de San Francisco dedicados ao coworking, as tarifas variam de US$ 20 por dia para os visitantes esporádicos a até US$ 545 por mês para aqueles que querem dispor de uma escrivaninha própria permanente.
"Desde que comecei a trabalhar aqui, há cinco meses, o número de visitantes não parou de crescer e não parece que a tendência vá mudar", diz Dominick Del Bosque, um dos responsáveis pela Sandbox Suites e produtor de cinema independente.
Muitos dos clientes assíduos da Sandbox Suites costumavam trabalhar antes em cafés, mas, segundo Del Bosque, passaram para o coworking após a primeira visita ao local.
"Para começar, nós oferecemos conexão à internet e todos os serviços de um escritório, mas, sobretudo, aqui as pessoas encontram proximidade com outros. Em um Starbucks o profissional ficará cercado de pessoas que não têm interesse algum no que você está fazendo", declarou.
Um dos freqüentadores da Sandbox Suites é David Pascual, espanhol estabelecido em San Francisco que trabalha para o site YourStreet.com.
"Em nossa empresa, estamos espalhados pelo mundo. Aqui, somos apenas dois", diz ele. "Para uma pequena companhia com interesse em fazer contatos, é positivo ter um espaço no qual pode colaborar com mais pessoas e, além disso, é mais barato que alugar um escritório."
Como David Pascual, muitos visitantes habituais da Sandbox Suites têm ocupações ligadas à internet, para as quais o lugar físico de trabalho é secundário.
"Até certo ponto, eu poderia trabalhar até de Barcelona", reconhece Pascual, "mas estar aqui me oferece a possibilidade de ter um ambiente no qual seja possível me conectar a outros e fazer crescer um pouco o negócio".
FONTE: Folha Online
in Vida Curiosa
Agro-Urbes
Fri, Sep 19 2008 05:05
| Desenvolvimento Regional
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Jack Schultz é um especialista em desenvolvimento imobiliário e autor de Boomtown USA um livro que aponta as pequenas cidades americanas como as que mais cresceram nos últimos meses. O aumento da ligações de banda-larga e wireless, as companhias aéreas low-cost e comboios de alta velocidade têm permitido a fixação de pessoas em pequenas cidades do interior.
Este estudo aponta para uma nova revolução e uma nova vaga de migração depois do advento da classe criativa proclamada por Richard Florida. Schultz em declarações ao jornal Expresso afirmava que as pessoas procuram qualidade de vida nas comunidades rurais e acabar com o stress do movimento diário entre as cidades e os subúrbios. "A pequenez deixou de contar. A questão da massa crítica urbana já não é tão importante como há 20 anos".
Em Portugal, com o seu atraso normal, ainda esperamos pela revolução, a sério, da classe criativa... Mas surgem cidades do interior de Portugal com forte ligação às Universidades, como a Covilhã, Braga ou Évora, que podem vir a ganhar alguma importância nas próximas décadas, num plano nacional e ibérico.
in Usabilidade | human-computer interaction
Guimarães: Avepark cria 750 empregos em 2008 e chega aos 1500 em 2009
Sat, Sep 6 2008 08:55
| Desenvolvimento Regional, Empreendedorismo, Empregabilidade, Inovação
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Manuel Mota, que é também vice-reitor da Universidade do Minho, refutou a tese, defendida pela União de Sindicatos de Braga, de que a maioria dos empregos criados são "precários e temporários", garantindo que "nesta fase, está já garantido um retorno social de 20 por cento do investimento, e de 50 por cento em matéria económica".
O Avepark, onde foram investidos 15 milhões de euros, foi hoje inaugurado nas Caldas das Taipas pelo Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
O vice-reitor Manuel Mota afirmou que, com as empresas já instaladas, o retorno financeiro do investimento está, também, garantido, refutando, assim, as críticas da CGTP, que acusou há dias o Estado de "investir dinheiro público em trabalho precário, enquanto há dezenas de empresas em falência no Vale do Ave".
O Parque de Ciência acolhe o Instituto Europeu de Excelência em Medicina Regenerativa de Tecidos, em que trabalham 120 investigadores, oito empresas da incubadora da Universidade do Minho, a SpinPark, e as empresas 3B`s - ligada ao Instituto Europeu, CRH - Consultoria e Valorização em Recursos Humanos, e Ortos, que se dedica ao fabrico de cadeiras de rodas de nova geração.
Na ocasião, o secretário de Estado leu uma mensagem do primeiro-ministro José Sócrates, na qual se enaltece o trabalho de parceria entre os promotores do projecto, a Câmara de Guimarães, a Universidade do Minho e a Associação de Parques de Ciência e Tecnologia do Porto.
O governante considerou que "o Avepark responde aos desafios de índole tecnológica que a economia tem de enfrentar nos mercados nacional e internacional, fundamental para a sua competitividade".
Manuel Mota disse à Lusa que as empresas que se vão instalar no Avepark, "operam nas áreas das tecnologias da informação, dos novos produtos, das nanotecnologias e das biotecnologias".
Frisou que o interesse das empresas no Avepark deriva da ligação à Universidade do Minho e, também, "da existência na região de Braga, do chamado `Silicon Valley português`, com 600 empresas de `software`, algumas com dimensão internacional".
Afirmou que a região do Minho "é a mais atractiva do país para o investimento, já que conjuga um vasto conjunto de infra-estruturas, com destaque para as tecnológicas de banda larga" e com o facto de ainda ter acesso aos fundos comunitários.
"Quando o projecto estiver concluído, daqui a dez anos, teremos 150 a 200 empresas no Avepark, com cinco mil empregos altamente qualificados", vaticinou. O investigador universitário sublinhou que, nessa fase, o Produto Bruto da região será aumentado, só através do Avepark, em mais de 200 milhões de euros anuais.
O Parque está instalado em 80 hectares de terrenos nas Caldas das Taipas em pleno Vale do Ave.
O projecto, que recebeu um subsídio governamental de 3,2 milhões de euros, é uma sociedade constituída pela Câmara de Guimarães, com 51 por cento do capital, pela Universidade do Minho, a Associação Industrial do Minho e a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (com 15 por cento, cada) e pela Associação Industrial e Comercial de Guimarães, com quatro por cento.
O investimento total em infra-estruturas atinge os 15 milhões de euros, verba a que haverá que somar os 10 milhões do valor dos terrenos doados pela Câmara e os investimentos feitos pelos privados.
LUSA, LM.
Deslocalização posta em causa com o choque petrolífero
Fri, Aug 15 2008 11:53
| Alerta Verde, Desenvolvimento Regional, Globalização, Nearshoring
| Permalink
Paul Krugman cita estudo de Nuno Limão, da Universidade de Maryland
A globalização também prega partidas. O que deu, ontem, com uma mão, pode amanhã tirar com a outra. O terceiro choque petrolífero em curso está a alterar os padrões do comércio internacional. E, por mais paradoxal que pareça, as principais vítimas desta mudança poderão ser as ‘fábricas do mundo’, os campeões do «outsourcing» de produtos e bens físicos, com a China à cabeça.
A avaliação desta alteração estrutural é possível graças a um estudo de Dezembro de 2000 de um economista português radicado nos Estados Unidos. Nuno Limão, professor associado no Departamento de Economia da Universidade de Maryland, conseguiu identificar um indicador que leva uma designação técnica complexa - elasticidade do comércio em relação aos custos de transporte. O artigo científico, que escreveu com Anthony J. Venables, da London School of Economics, apurou que sempre que os custos de transportes aumentam de uma unidade o efeito negativo no comércio é multiplicado por três.
Esta relação foi, recentemente, tirada da prateleira pelo economista Paul Krugman que na sua coluna no ‘The New York Times’ usou a elasticidade encontrada por Limão para apurar a quebra potencial no comércio internacional “se os preços do petróleo se mantiverem aos níveis actuais (na altura, nos 130 dólares) por muito tempo”. Segundo Krugman, a quebra seria de 17% em relação ao ano 2000.
O economista mediático socorreu-se, também, de um estudo da consultora canadiana CIBC que referia que, fruto do disparo do preço do crude desde 2000, os fretes entre a China e os Estados Unidos quase triplicaram. Se os preços estabilizarem nos 150 dólares por barril no futuro, o frete pode ainda aumentar mais 40% em relação aos preços actuais. O que isso significará, com base na elasticidade apurada por Nuno Limão, é que o comércio internacional poderá emagrecer ainda mais 6% em relação ao nível actual.
China na berlinda
Nuno Limão, que nasceu no ano da Revolução do 25 de Abril, sublinha-nos que o «outsourcing» de produtos e bens físicos será o sector que mais vai sofrer. “O caso mais importante será, talvez, o da China, já que se tornou na fábrica do mundo. Dados mais recentes, revelam inclusive que já se nota um abrandamento das exportações chinesas de bens mais sensíveis aos custos de transporte para os Estados Unidos”. O investigador português antevê, por isso, que o «nearshoring», ou seja a deslocalização para regiões próximas dos clientes possa ganhar força. O que poderá acontecer com as ‘traseiras’ dos Estados Unidos (oportunidade, de novo, para o México) e com os países de mão-de-obra mais barata dentro da União Europeia e que a circundam.
Limão, apreciando o que já ocorreu com o falhanço da última sessão da Ronda de Doha, arrisca que outra consequência poderá ser o crescimento do regionalismo. “Esta regionalização do comércio internacional pode ter alguns efeitos negativos, mas é bastante difícil, senão mesmo impossível, calcular um efeito preciso”, conclui este académico, que desde os 16 anos estuda fora.
Ainda adolescente ganhou uma bolsa para estudar no United World College, nos Estados Unidos, depois tirou a licenciatura na London School of Economics, e em 1996 regressou ao outro lado do Atlântico doutorando-se em economia na Universidade de Columbia.
in Expresso, Jorge Nascimento Rodrigues
A globalização também prega partidas. O que deu, ontem, com uma mão, pode amanhã tirar com a outra. O terceiro choque petrolífero em curso está a alterar os padrões do comércio internacional. E, por mais paradoxal que pareça, as principais vítimas desta mudança poderão ser as ‘fábricas do mundo’, os campeões do «outsourcing» de produtos e bens físicos, com a China à cabeça.
A avaliação desta alteração estrutural é possível graças a um estudo de Dezembro de 2000 de um economista português radicado nos Estados Unidos. Nuno Limão, professor associado no Departamento de Economia da Universidade de Maryland, conseguiu identificar um indicador que leva uma designação técnica complexa - elasticidade do comércio em relação aos custos de transporte. O artigo científico, que escreveu com Anthony J. Venables, da London School of Economics, apurou que sempre que os custos de transportes aumentam de uma unidade o efeito negativo no comércio é multiplicado por três.
Esta relação foi, recentemente, tirada da prateleira pelo economista Paul Krugman que na sua coluna no ‘The New York Times’ usou a elasticidade encontrada por Limão para apurar a quebra potencial no comércio internacional “se os preços do petróleo se mantiverem aos níveis actuais (na altura, nos 130 dólares) por muito tempo”. Segundo Krugman, a quebra seria de 17% em relação ao ano 2000.
O economista mediático socorreu-se, também, de um estudo da consultora canadiana CIBC que referia que, fruto do disparo do preço do crude desde 2000, os fretes entre a China e os Estados Unidos quase triplicaram. Se os preços estabilizarem nos 150 dólares por barril no futuro, o frete pode ainda aumentar mais 40% em relação aos preços actuais. O que isso significará, com base na elasticidade apurada por Nuno Limão, é que o comércio internacional poderá emagrecer ainda mais 6% em relação ao nível actual.
China na berlinda
Nuno Limão, que nasceu no ano da Revolução do 25 de Abril, sublinha-nos que o «outsourcing» de produtos e bens físicos será o sector que mais vai sofrer. “O caso mais importante será, talvez, o da China, já que se tornou na fábrica do mundo. Dados mais recentes, revelam inclusive que já se nota um abrandamento das exportações chinesas de bens mais sensíveis aos custos de transporte para os Estados Unidos”. O investigador português antevê, por isso, que o «nearshoring», ou seja a deslocalização para regiões próximas dos clientes possa ganhar força. O que poderá acontecer com as ‘traseiras’ dos Estados Unidos (oportunidade, de novo, para o México) e com os países de mão-de-obra mais barata dentro da União Europeia e que a circundam.
Limão, apreciando o que já ocorreu com o falhanço da última sessão da Ronda de Doha, arrisca que outra consequência poderá ser o crescimento do regionalismo. “Esta regionalização do comércio internacional pode ter alguns efeitos negativos, mas é bastante difícil, senão mesmo impossível, calcular um efeito preciso”, conclui este académico, que desde os 16 anos estuda fora.
Ainda adolescente ganhou uma bolsa para estudar no United World College, nos Estados Unidos, depois tirou a licenciatura na London School of Economics, e em 1996 regressou ao outro lado do Atlântico doutorando-se em economia na Universidade de Columbia.
in Expresso, Jorge Nascimento Rodrigues